domingo, 30 de dezembro de 2012

O estilo de jogo adequado - Parte 3


Este artigo é a continuação de PARTE 1 e PARTE 2 .

Desde já peço desculpa pelo tempo que demorei com a terceira parte do artigo. Entre o YCS Barcelona, ocupações pessoais e o Natal, sobrou pouco tempo para terminar o artigo. No entanto, aqui estamos.


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ADEQUAÇÃO DO ESTILO DE JOGO - ESTILO DE JOGO "VERSÁTIL"

Nas duas outras partes apresentei-vos os estilos de jogo agressivo e conservativo. Em quase todos os momentos da nossa "carreira" enquanto jogadores de Yu-Gi-Oh!, já passámos por situações ou fases em que praticámos cada um desse estilo de jogo. Efectivamente, ambos são válidos; mas como disse anteriormente, tudo o que é praticado em excesso pode ser mau. Quer seja por cairmos em cartas do oponente ao jogarmos agressivos demais, ou darmos chances demais ao oponente por estar a jogar demasiadamente conservativo, há desvantagens em ser linear e praticar apenas um estilo de jogo. 

A capacidade de um jogador se adaptar às circunstâncias é provavelmente uma das coisas mais importantes no Yu-Gi-Oh!, ou em qualquer jogo de cartas deste tipo. É preciso saber ler as circunstâncias e os nossos oponentes, de forma a perceber qual é a estratégia que mais resultado terá neles. Se vou para a mesa de jogo com o intuito de jogar agressivamente, o meu oponente pode adaptar-se a esse estilo de jogo, e assim fazer as jogadas certas para me fazer perder; torno-me previsível. O mesmo é verdade se for para a mesa de jogo a pensar ser muito conservativo; o oponente pode tomar partido disso. Mas se for com o intuito de me adaptar ao meu oponente e às circunstâncias, em vez de um plano de jogo pré-definido que pode ou não funcionar bem, vou muito mais bem preparado para o que possa ocorrer no jogo, e também para o que o meu oponente possa ter planeado para mim.


Vou dar um exemplo que ocorre por vezes ao jogar com Dino Rabbit. Às vezes acontece abrir com uma mão relativamente fraca, de um monstro normal (o meu amigo Kabazauls, por exemplo), e apenas 1 trap de protecção ou mesmo 0, sendo outras cartas algo como Mystical Space Typhoon, Forbidden Lance, Pot of Avarice ou outras cartas que não conseguem impedir os combos do oponente. Se estiver a jogar contra um deck como Wind-Up's, isto é uma posição muito infeliz para se estar, pois o meu oponente pode simplesmente explodir do nada e ganhar o jogo ali. Se setar apenas 2 cartas, e tiver apenas 1 de protecção, se o meu oponente tiver MST tem 50% de probabilidade de acertar na certa; pior que isso, pode acabar por ser 50% de probabilidade de ganhar o jogo. Quando penso nisso dessa forma, ou seja, que o meu oponente pode simplesmente lançar uma moeda ao ar e isso determinar que ele vai ganhar o jogo, sinto imediatamente que isso não pode ser a forma correcta de jogar ali.

O que acaba por ser a jogada correcta nessa situação, é algo que muitas vezes intuitivamente pensamos estar errado: setar 3-4-5 cartas é melhor do que setar apenas 2 nessa situação, mesmo sem ter Starlight Road ou Solemn Judgment, porque ter Mystical Space Typhoon é estatisticamente mais provável que ter Heavy Storm. Mesmo que tivesse 0 cartas de protecção (ou seja, mesmo que não fosse uma questão de acertar na correcta), dou ao meu oponente a ilusão de que tenho um jogo muito forte, fazendo-o pensar que tenho muitas traps. Ou seja, se ele der random Typhoon, independentemente da carta em que acertar, vai acertar num bluff, o que o faz imediatamente pensar que "falhou", ou seja, que a carta que eu queria proteger ainda está lá. É precisamente isto que precisamos, que o oponente jogue à volta de algo que não está lá, ou que então está lá; independentemente, é provável que ganhemos tempo com isto, para construir uma mão decente e ter a possibilidade de ganhar um jogo que caso contrário nunca ganharíamos. Mesmo que o oponente tenha a Heavy Storm na mão, é possível que não a jogue, com medo de Starlight Road o fazer perder. Atenção: para fazer isto, é preciso não hesitar ao setar as cartas, e não pensar durante muito tempo; caso contrário, o nosso oponente pode acreditar que não temos a Starlight Road!


Finalmente, mesmo que o oponente tenha a Heavy Storm e a decida usar; pensem nas coisas de outra forma: mesmo que tivessem setado só 2, iam perder para Heavy Storm de qualquer forma, independentemente do nº de cartas que lá pusessem. Por vezes, é preciso fazer este tipo de pensamento: há 1-2 outs no deck do oponente para a vossa jogada, mas há muito mais outs para qualquer outra jogada que façam; estatisticamente estão a tomar a decisão certa, mesmo que no final o oponente acabe por ter sorte e tenha esse out. No decorrer de um torneio, se tomarem sempre a decisão "correcta", mesmo que percam 1 jogo porque o oponente teve sorte, isso não muda que tenha sido a decisão correcta; e no final do torneio, é provável que tenham feito top à mesma. Não temos controlo de tudo o que acontece no jogo, apenas podemos jogar com as probabilidades e com as leituras que fazemos dos nossos oponentes.


Não posso terminar este artigo sem comentar um pouco sobre a carta que provavelmente mais jogos vira: Gorz the Emissary of Darkness. Muitos são os erros feitos a jogar contra esta carta, e isto é verdade tanto pelo lado do jogo conservativo como pelo lado do jogo agressivo. Sobre isso, tenho apenas a dizer: pensem muito bem, e não tenham uma decisão fixa para todas as situações. Às vezes é necessário atacar directamente mesmo que o Gorz vos faça perder o jogo, simplesmente porque se não o fizeram, o oponente tem muitas cartas que pode topdeckar / que tem na mão, que são mais prováveis de vos fazer perder o jogo. Às vezes dar turnos de chance ao oponente em que pode topdeckar respostas ao vosso campo pode custar-vos jogos. Muitas outras vezes, perder para Gorz foi apenas falta de paciência para esperar até terem algo que consiga livrar-se de Gorz caso o oponente o tenha (como Mirror Force, Dimensional Prison, Dark Hole, Soul Taker, um monstro, etc). 

Assim, o conselho principal destes artigos é este: nunca tenham uma única forma de jogar "decorada" para determinada carta ou situação; é muito importante adaptar-nos às situações variadas que defrontamos. 

Qualquer questão, deixem nos comentários!

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